Resumo
Na Galiza tem decantado um hábitat, singular e característico do noroeste peninsular, que consiste en pouco mais de 30.000 pequenas aldeias a razão de uma aldeia por km2. Através de um estudo de caso no vale de O Rosal, perto da foz do rio Minho, é possível tornar visível a organização do rio pelas várias comunidades aldeãs. Sistemas de irrigação diferentes são acopladas em conjunto, sucessivas “levadas” consecutivas no rio estão dispostas de modo que a água uma vez feito o seu trabalho águas acima, vai ser usada águas abaixo num reabastecimento contínuo próximo ao seu ciclo natural, e assim está montada tuda a infra-estructura que forma uma densa rede interligada. O território da cada aldeia é em realidade um espaço hidráulico perfeitamente definido, administrado e manipulado desde a comunidade da aldeia, que tem em conta outros territórios hidrológicos adjacentes correspondentes a outras aldeias emplazadas mais acima e mais abaixo do vale. Essa organização, que não pode ser casual, debe ter respondido a acordos fundacionaes, e o seu estudo permite compreender ou propor hipótese na forma em que se foi ocupando o vale. Precisamos de seu entendimento para conhecer e intervir –se é necessário- na paisagem que o compõem.
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