O muro e o medo
PDF

Palavras-chave

morfologia
sintaxe
insegurança
medo
visibilidade

Como Citar

MELO JUNIOR, S.; TRIGUEIRO, E.; CANUTO, R. O muro e o medo: forma urbana, visibilidade e insegurança em Boa Viagem, Recife. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e00201, 2022. DOI: 10.47235/rmu.v10i1.201. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/201. Acesso em: 17 maio. 2024.

Resumo

Neste estudo, de natureza essencialmente morfológica, buscou-se compreender nexos entre forma do ambiente construído e indícios de insegurança. Contextualiza-se a investigação no histórico de ocupação do caso estudado, o bairro de Boa Viagem, Recife, Pernambuco, do início do século XX às intervenções viárias em 2016, com foco na inserção da Via Mangue. Procedimentos metodológicos incluíram, além da revisão bibliográfica, o registro de indícios de insegurança evidenciados em elementos acoplados aos edifícios (câmeras, cercas eletrificadas, outros), vis-à-vis alterações nos campos visuais e na configuração viária, explorada mediante o emprego de Análise Sintática do Espaço. A revisão de literatura revelou lacunas quanto à inclusão da variável visibilidade em estudos de espaço e insegurança, o que encorajou o desenvolvimento de técnicas analíticas experimentais complementares às preexistentes – VGA, Isovistas 2D e 3D. Os resultados sugerem que o recrudescimento no emprego de artifícios de distanciamento entre espaço privado e espaço público – indícios de insegurança – demonstra uma atitude de desconfiança em relação ao aumento de movimento potencial, decorrente da elevação dos valores de acessibilidade topológica, o afastamento dos princípios de desenho urbano recomendados como favoráveis à segurança e animação, e a escalada na propagação de ambientes hostis à fruição da cidade.

https://doi.org/10.47235/rmu.v10i1.201
PDF

Referências

Abdulmawla, A. et al (2017) DeCodingSpaces Toolbox: for Grasshopper. Version 2017.01. [S.l.: s.n.]. Disponível em: http://decodingspaces-toolbox.org.

Adorno, S. e Lamin, C., (2008). Medo, violência e insegurança. In: Segurança pública e violência: o estado está cumprindo seu papel? São Paulo: Contexto. pp. 151–171.

Al Sayed, Kinda & Turner, A & Hillier, B & Iida, S & Penn, Alan. (2014). Space Syntax methodology.

Batty, M., (2001). Exploring Isovist Fields: Space and Shape in Architectural and Urban Morphology. Environment and Planning B: Planning and Design. 28(1), 123–150. Disponível em: doi: 10.1068/b2725

Benedikt, M. L., (1979). To take hold of space: isovists and isovist fields. Environment and Planning B: Planning and Design. 6(1), 47–65. Disponível em: doi: 10.1068/b060047

Brasil, (1940) Decreto-lei nº 2.848, Código Penal Brasileiro, de 7 e dezembro de 1940.

Caldeira, T. P. d. R., (2000). Cidade de muros: Crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: EDUSP.

Cavalcanti, R. d. S., (2013). Espaço e crime: desvendando a lógica dos padrões espaciais de crimes urbanos no bairro de Boa Viagem, Recife - PE. Repositório Institucional da UFPE.

Dalton, R. e Dalton, N., (2015). The Problem of Representation of 3D Isovists. In: Space Syntax Symposium, Londres.

DaMatta, R., (1984). A casa e a rua: Espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rocco.

Derix, C., Gamlesæter, Å., & Carranza, P. M. (2008). 3d Isovists and Spatial Sensations: Two methods and a case study. Movement and Orientation in Built Environments: Evaluating Design Rationale and User Cognition, 67-72.

Derix, C., Gamlesæter, Å., Carranza, P. M. & the Aedas R&D Computational Design and Research [CDR] Group (2007). World Trade Centre Memorial Museum: Computational Analysis & Development Report. Unpublished report. Compiled and submitted on 31st July 2007.

Greene, M. e Greene, R., (2003). Urban safety in residential areas: Global spatial impact and local self-organising processes. In: International Space Syntax Symposium, Londres. Londres: UCL. pp. 52–60.

Hillier, B., Penn, A., Hanson, J., Grajewski, T. e Xu, J., (1993). Natural movement: or, configuration and attraction in urban pedestrian movement. Environment and Planning B: Planning and Design. 20(1), 29–66. Disponível em: doi: 10.1068/b200029

Hillier, B., (2004). Can streets be made safe? URBAN DESIGN International. 9(1), 31–45. [Consultado em 12 de setembro de 2021]. Disponível em: doi: 10.1057/palgrave.udi.9000079

Hillier, B., (1989). The architecture of the urban object. Ekistics. [Consultado em 9 de setembro de 2021]. Disponível em: http://discovery.ucl.ac.uk/82/1/hillier-1989-ArchUrbObject.pdf

Hillier, B., Hanson, J., (1984). The social logic of space. Cambridge [Cambridgeshire]: Cambridge University Press.

Hillier, B.; Sahbaz, O. (2008) An evidence based approach to crime and urban design: Or, can we have vitality, sustainability and security all at once?. Disponível em: http://spacesyntax.com/wp-content/uploads/2011/11/Hillier-Sahbaz_An-evidence-based-approach_010408.pdf

Iannicelli, A.C.P., (2008). Arquitetura e Criminalidade: Uma Análise sobre o Padrão de Crime no Bairro de Boa Viagem. Recife: UFPE/CAC/DAU, Trabalho de Graduação.

Jacobs, J., (2011). Morte e Vida de Grandes Cidades. 3a ed. São Paulo: Wmf Martins Fontes.

Koltsova, A., Tuncer, B. e Schmitt, G., (2013). Visibility Analysis for 3D Urban Environments. In: eCAAde 2013, 1 de setembro de 2013, Delft, Holanda .

Monteiro, C.M.G., Cavalcanti, R. S. (2015) Spatial profile of urban segments: Assessing place vulnerability to crime. In: International Space Syntax Symposium, 10., 2015, Londres. Proceedings... . Londres: Sss, 2015. p. 1 - 17. Disponível em: http://www.sss10.bartlett.ucl.ac.uk/wp-content/uploads/2015/07/SSS10_Proceedings_136.pdf

Monteiro, L. T., (2012). Arquitetura da (in)segurança: estudando relações entre configuração espacial, artifícios de segurança e violência urbana no bairro Manaíra, João Pessoa, Paraíba. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/handle/123456789/12369

Morais, F., et al., (2015). DEPTHSPACE3D. In : Proceedings of the 11th International Space Syntax Symposium #201, 2015.

Morello, E. e Ratti, C., (2009). A digital image of the city: 3D isovists in Lynch’s urban analysis. Environment and Planning B: Planning and Design. 36(5), 837–853. Disponível em: doi: 10.1068/b34144t

Newman, O., (1996). Creating Defensible Space. Diane Pub Co.

Newman, O., (1972). Defensible space: People and design in the violent city. London: Architectural Press.

Penn, A., Treleavan, P., Hillier, B., Bull, L., Conroy-Dalton, R., Dalton, N., & Turner, P. A. F. (1996) Pangea V2.1b CD and Pangea User Manual.

Prefeitura do Recife. (2011). Via Mangue [em linha]. Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br/projetos-e-acoes/projetos/via-mangue/.

Recife, (2008). Plano Diretor do Município do Recife Lei n.º 17511, 29 de dezembro de 2008. Disponível em: http://www.legiscidade.recife.pe.gov.br/lei/17511/

Soares, M. e Saboya, R. T. d., (2019). Fatores espaciais da ocorrência criminal: modelo estruturador para a análise de evidências empíricas. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana. 11. Disponível em: doi: 10.1590/2175-3369.011.001.ao10

Tandy, C., (1970). The ' Isovist' method of visual analysis of landscape. London: CRV Tandy Land Use Consultants .

Teller, J., (2003). A Spherical Metric for the Field-Oriented Analysis of Complex Urban Open Spaces. Environment and Planning B: Planning and Design. 30(3), 339–356. Disponível em: doi: 10.1068/b12930

Arnheim, R. e Thiel, P., (1997). People, Paths, and Purposes: Notations for a Participatory Envirotecture. The Journal of Aesthetics and Art Criticism. 57(4), 480. Disponível em: doi: 10.2307/432162

Turner, A., Doxa, M., O'Sullivan, D. e Penn, A., (2001). From Isovists to Visibility Graphs: A Methodology for the Analysis of Architectural Space. Environment and Planning B: Planning and Design. 28(1), 103–121. Disponível em: doi: 10.1068/b2684

Varoudis, T., & Psarra, S. (2014). Beyond two dimensions: Architecture through three-dimensional visibility graph analysis. The Journal of Space Syntax, 5(1), 91-108.

Varoudis, T., Penn, A. (2015) Visibility, accessibility and beyond: Next generation visibility graph analysis. In: INTERNATIONAL SPACE SYNTAX SYMPOSIUM, 10., Londres. Proceedings. Londres: Ucl, 2015. p. 1 - 13. Disponível em: <http://www.sss10.bartlett.ucl.ac.uk/wp-content/uploads/2015/07/SSS10_Proceedings_152.pdf>. 2015.

Yang, P. P.-J., Putra, S. Y. e Li, W., (2007). Viewsphere: A GIS-Based 3D Visibility Analysis for Urban Design Evaluation. Environment and Planning B: Planning and Design [em linha]. 34(6), 971–992. Disponível em: doi: 10.1068/b32142

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Silvio Melo Junior, Edja Trigueiro, Robson Canuto

Downloads

Não há dados estatísticos.