Moradias do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV): Estudo das localizações em relação às áreas de risco e preservação permanente na cidade de Porto Alegre
Capa da Revista de Morfologia Urbana volume 9 número 2
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Palavras-chave

vulnerabilidade
áreas ambientais
áreas de risco
política habitacional

Como Citar

SCHUMANN, C.; SILVA , R. de C. da .; PICCININI, L. T. S. .; GENTELINI NAMIUCHI, M. Moradias do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV): Estudo das localizações em relação às áreas de risco e preservação permanente na cidade de Porto Alegre. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 9, n. 2, p. e00203, 2021. DOI: 10.47235/rmu.v9i2.203. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/203. Acesso em: 19 maio. 2024.

Resumo

O governo brasileiro iniciou em 2009 um programa habitacional, o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), visando promover o acesso à moradia para a população de baixa renda e classe média baixa no país. O presente artigo avaliou as localizações das moradias do PMCMV, no município de Porto Alegre/RS, na relação com áreas identificadas como de risco e de preservação permanente. A metodologia do estudo está baseada em uma análise documental dos registros junto a órgãos públicos, a partir dos quais foram identificadas e mapeadas as áreas de influência dos empreendimentos que possuem convergência com as áreas de risco e de preservação permanente, sob dois aspectos, constando: (1) apenas dados municipais mapeados; e (2) associando dados municipais e federais. Os resultados apontam que, para a primeira análise 23,43% das áreas dos empreendimentos do PMCMV encontram-se em áreas de importância ambiental e/ou de risco da cidade, enquanto na segunda análise, esses valores passam para 56,51% da área total destes empreendimentos. As conclusões chamam atenção para os impactos destas localizações para a cidade como um todo, quando a administração pública perde a oportunidade de, através da política pública, promover condições mais seguras e sustentáveis para a cidade.

https://doi.org/10.47235/rmu.v9i2.203
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