Resumo
O modo como os arranha-céus são implementados na forma urbana é primordial para mitigar seus impactos na paisagem da cidade e na percepção ao nível do observador a fim de evitar a falta de relação com edificações existentes. Este artigo propõe uma simulação volumétrica de um arranha-céu na cidade de Porto Alegre abordando a questão contextual – conceito apresentado pelo Council on Tall Building and Urban Habitat (CTBUH) que envolve a morfologia de arranha-céus no século XXI. A análise da simulação, fundamentada na história da verticalização da capital gaúcha, permite examinar dois períodos distintos: morfologia estabelecida por leis de gabarito/escalonamento e a morfologia oriunda de regras do Plano Diretor, período atual. O artigo parte do estudo de Abreu Filho sobre “Vertigem das Alturas”, em que são avaliadas as relações entre a altura e o uso do solo do objeto simulado, em crítica aos Planos Diretores da capital gaúcha. O trabalho possibilita explicar, a partir de um modelo de implementação de projetos de edifícios altos, aspectos de conformação ao contexto pré-existente.
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