Aprendendo com a forma urbana de Maputo (in)formal
PDF

Palavras-chave

Maputo
morfologia urbana
auto-organização
cidade (in)formal
‘aculturação urbana’

Como Citar

LEITE DOS SANTOS VIANA, D. M.; SANZ, J.; NATÁLIO, A. Aprendendo com a forma urbana de Maputo (in)formal. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 17–30, 2013. DOI: 10.47235/rmu.v1i1.32. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/32. Acesso em: 14 maio. 2024.

Resumo

A problemática do artigo prende-se com a forma urbana de Maputo ao nível da sua estruturação e transformação. A partir da descrição deste processo, e como resultado, a ideia-chave é a de que a dicotomia ‘cidade de cimento’ / ‘cidade de caniço’ tem-se consubstanciado em complexas relações de forma urbana que importa entender. A metodologia desenvolvida, fortemente apoiada num estudo de caso, envolveu trabalho de campo a partir de registos gráficos, levantamento fotográfico, entrevistas exploratórias e recolha de informação de diferentes tipos e fontes, como cartografia e mapeamentos diversos. Procedeu-se ao tratamento de dados, redesenho e análise comparativa de múltiplos elementos da forma urbana de Maputo, conformando-os espacialmente e cronologicamente. Aplicaram-se métodos da morfologia urbana, descrevendo e explicando características e aspetos relativos à transformação da capital moçambicana. O principal resultado do artigo é a rejeição de perspetivas duais sobre a realidade urbana de Maputo, propondo, em alternativa, a inclusão e ‘interatuação’ de processos informais em princípios de intervenção inclusiva. Não se trata apenas de extrair sínteses da análise morfológica, na qual a dialética cidade de cimento / cidade de caniço traduz (de modo simplificado) contrastes intrincados da forma urbana de Maputo, mas antes de reconhecer a necessidade da articulação de conexões morfológicas mais conjuntas.

https://doi.org/10.47235/rmu.v1i1.32
PDF

Referências

Altvater, E. (2005) ‘Globalization and the informalization of the urban space’ em Brillembourg, A., Feireiss, K. e Klumpner, H. (eds.) Informal city. Caracas case (German Federal Cultural Foundation, Prestel) 51-7.

Araújo, M. (1997) Geografia dos povoamentos. Uma análise geográfica dos assentamentos humanos rurais e urbanos (Universidade Eduardo Mondlane, Maputo).

De Boeck, F. e Plissart, M. (2006) Kinshasa: tales of the invisible city (Ludion Editions NV, Antuérpia).

DNAL, Direção Nacional de Administração Local (1999) Plano de Estrutura da Área Metropolitana de Maputo (DNAL, Maputo).

DNPOT, Direção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial (2006) Moçambique,

Melhoramento dos Assentamentos Informais, Análise da Situação & Proposta de Estratégias

de Intervenção (DNPOT, Maputo).

Forjaz, J. (1999) Entre o adobe e o aço inox. Ideias e projetos (Editorial Caminho, Lisboa).

Gausa, M. (2007) ‘Landlinks’, em Colafranceschi, D. (ed.) Landscape + 100 palabras para habitarlo (Gustavo Gili, Barcelona) 116-9.

INPC, Instituto Nacional de Planeamento Físico (1985) Plano de Estrutura Cidade de Maputo (INPC, Moçambique).

Jain, A. K. (2011) The informal city. Inclusive growth for poverty alleviation (Readworthy Publications, Nova Deli).

Jenkins, P. (1992) ‘Bases para uma política de desenvolvimento urbano em Moçambique’, Workshop sobre bases metodológicas para a investigação das tendências do crescimento da população urbana em Moçambique, Maputo.

Koolhaas, R. (2002) ‘Africa comes first’, em Brouwer J. e Mulder, A. (ed.) TransUrbanism (NAi Publishers, Roterdão) 161-96.

Lachartre, B. (2000) Enjeux urbains au Mozambique. De Lourenço Marques a Maputo (Karthala, Paris).

Lage, L. (2001) ‘Produção de habitações informais: o caso de Maputo’, Um olhar para o habitat informal moçambicano: de Lichinga a Maputo (Universidade Eduardo Mondlane) 70-84.

Mazrui, A. A. (2001) ‘Stages of globalization in the African context: Mombasa’, em AlSayyad, N. (ed.) Hybrid urbanism. On the identity discourse and the built environment (Praeger Publishers, Westport) 111-30.

Mendes, M. C. (1979) Maputo antes da Independência. Geografia de uma Cidade Colonial (Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Lisboa).

Mostafavi, M. (2010) ‘Why ecological urbanism? Why now?’, em Doherty, G. (ed.) Ecological urbanism (Lars Muller, Baden) 12-55.

Oppenheimer, J. e Raposo, I. (2002) A Cooperação direcionada para os grupos vulneráveis no contexto da concentração urbana acelerada. A pobreza em Maputo (Ministério do Trabalho e da Solidariedade / Departamento de Cooperação, Lisboa).

Oppenheimer, J. e Raposo, I. (2008) Subúrbios de Luanda e Maputo (Edições Colibri, Lisboa).

Pellizzaro, P. e Hardt, L. (2006) ‘Efetividade do planeamento urbano e regional: a cidade planeada e a cidade real’, III Encontro da ANPPAS, Brasilia, 23 a 26 de Maio.

Raposo, I. e Salvador, C. (2008) ‘Há diferença: ali é cidade, aqui é subúrbio’, em Oppenheimer, J. e Raposo, I. (eds.) Subúrbios de Luanda e Maputo (Edições Colibri, Lisboa).

Rosário, M. (2011) ‘Porquê projetar as nossas cidades como cidades europeias e porque não pensar em cidades africanas, cidades islâmicas?’, Africana Studia 16, 123-9.

Salingaros, N. (1998) A teoria da teia urbana (http://zeta.math.utsa.edu/~yxk833/urbanweb-port.pdf) consultado em 3 de Maio de 2012.

Salvador, C. (2004) ‘Mutações nas periferias das cidades africanas’, IV Congrés d’Estudis Africans del Món Ibèric. Àfrica Camina, Barcelona.

Simone, A. (2004) For the city yet to come: changing African life in four cities (Duke University Press Books, Londres).

Uduku, O. e Zack-Williams, A. B. (2004) ‘Reading beyond the post-colonial: a cultural-socio-spatial perspective’, em Uduku, O. e Zack-Williams, B. (eds.) Africa beyond the post-colonial. Political and socio-cultural identities (Ashgate, Hampshire) 107-19.

UN-Habitat (2007) What are slums (www.unhabitat.org) consultado em 28 de Fevereiro de 2013.

Viana, D. (2011) ‘Maputo: between density, fragmentation and formless?’, em Pinho, P. e Oliveira, V. (eds.) Bringing city form back in to planning (FEUP Edições, Porto) 535-53.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2013 David Leite Viana, Juan Sanz, Ana Natálio

Downloads

Não há dados estatísticos.