Reestruturação Territorial no Vale do Paraopeba
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Como Citar

F. ROCHA MAIA, M.; BARCELLOS DE SOUZA, G. Reestruturação Territorial no Vale do Paraopeba: A Variante Paraopeba sob a perspectiva da Escola italiana de Morfologia Urbana. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 12, n. 2, 2025. DOI: 10.47235/rmu.v12i2.424. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/424. Acesso em: 20 jan. 2025.

Resumo

O rio Paraopeba, afluente do São Francisco, desempenhou um papel fundamental nas expedições paulistas pelas futuras terras de Minas Gerais nas últimas décadas do século XVII. Inicialmente, a região do médio Paraopeba foi alvo da busca pelo ouro, mas desenvolveu um caráter agropecuário em parte do período colonial e imperial. No entanto, no início do século XX, a construção da Variante do Paraopeba pela Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) transformou a dinâmica do território, que antes funcionava fora do controle direto das administrações centrais. Com base na visão holística do território de Saverio Muratori (1967), este estudo reavalia os efeitos da ferrovia na reversão das estruturas de longa duração observadas em duas cachoeiras deste rio e em ruínas presentes na paisagem. São analisados a rota de exploração (1670-1690) e quatro períodos morfológicos distintos: a colonização inicial (1690–1730), a distribuição de sesmarias (1730–1810), a estagnação e transição para a mineração de ferro (1810–1910) e a era ferroviária (1910–1940). Nos anos que se seguiram, enquanto a ocupação do fundo de vale era incentivada, os empreendimentos mineradores se estabeleceram em cotas superiores. Essa dupla condição estrutura parte dos dilemas entre as ocupações e o avanço da mineração na contemporaneidade.

https://doi.org/10.47235/rmu.v12i2.424
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