A lógica socioespacial da favela
Capa da Revista de Morfologia Urbana volume 7 número 1
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Palavras-chave

favela
padrões socioespaciais
auto-organização
sintaxe espacial

Como Citar

LOUREIRO, V. R. T.; MEDEIROS, V.; GUERREIRO, R. A lógica socioespacial da favela: padrões da informalidade auto-organizada. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 7, n. 1, p. e00077, 2019. DOI: 10.47235/rmu.v7i1.77. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/77. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a configuração da favela a partir de seus padrões socioespaciais, buscando entender o fenômeno em sua escala global. Adota-se para o estudo a Sintaxe Espacial enquanto abordagem teórica, metodológica e ferramental, permitindo a leitura do objeto em sua complexidade espacial. São comparados 120 assentamentos localizados ao redor do mundo, explorados segundo um conjunto de 26 variáveis configuracionais (entre qualitativas e quantitativas, geométricas e topológicas). Os resultados são, também, balizados por amostra de 45 cidades portuguesas de origem medieval (exemplares da cidade orgânica) e pela pesquisa de Medeiros (2013) para 44 cidades brasileiras (ilustrativas de estruturas urbanas contemporâneas). Busca-se a existência de um padrão espacial na favela e entender em que medida a favela reproduz padrões espaciais inerentes à cidade orgânica e historicamente consolidados. A pesquisa sustenta-se na hipótese de que a configuração da favela revela padrões espaciais provenientes das suas práticas de auto-organização, que são responsáveis por dinâmicas urbanas de sucesso. Os achados revelam que a favela se organiza dentro do sistema maior que a recebe, partilhando lógicas comuns e transversais a várias regiões do mundo e contextos culturais. Reconhecem-se, ainda, padrões comuns aos que estruturam cidades orgânicas revelando processos semelhantes de desenvolvimento.

https://doi.org/10.47235/rmu.v7i1.77
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