A lógica socioespacial da favela
Capa da Revista de Morfologia Urbana volume 7 número 1
PDF

Palavras-chave

favela
padrões socioespaciais
auto-organização
sintaxe espacial

Como Citar

LOUREIRO, V. R. T.; MEDEIROS, V.; GUERREIRO, R. A lógica socioespacial da favela: padrões da informalidade auto-organizada. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 7, n. 1, p. e00077, 2019. DOI: 10.47235/rmu.v7i1.77. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/77. Acesso em: 21 nov. 2024.

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a configuração da favela a partir de seus padrões socioespaciais, buscando entender o fenômeno em sua escala global. Adota-se para o estudo a Sintaxe Espacial enquanto abordagem teórica, metodológica e ferramental, permitindo a leitura do objeto em sua complexidade espacial. São comparados 120 assentamentos localizados ao redor do mundo, explorados segundo um conjunto de 26 variáveis configuracionais (entre qualitativas e quantitativas, geométricas e topológicas). Os resultados são, também, balizados por amostra de 45 cidades portuguesas de origem medieval (exemplares da cidade orgânica) e pela pesquisa de Medeiros (2013) para 44 cidades brasileiras (ilustrativas de estruturas urbanas contemporâneas). Busca-se a existência de um padrão espacial na favela e entender em que medida a favela reproduz padrões espaciais inerentes à cidade orgânica e historicamente consolidados. A pesquisa sustenta-se na hipótese de que a configuração da favela revela padrões espaciais provenientes das suas práticas de auto-organização, que são responsáveis por dinâmicas urbanas de sucesso. Os achados revelam que a favela se organiza dentro do sistema maior que a recebe, partilhando lógicas comuns e transversais a várias regiões do mundo e contextos culturais. Reconhecem-se, ainda, padrões comuns aos que estruturam cidades orgânicas revelando processos semelhantes de desenvolvimento.

https://doi.org/10.47235/rmu.v7i1.77
PDF

Referências

Alexander, C. et al. (1977) A pattern language. New York, Oxford University Press.

Batty, M.; Longley, P. (1994) Fractal cities: a geometry of form and function. London, Academic Press.

Guerreiro, R. (2010) Urbanismo orgânico e a ordem implícita: uma leitura através das geometrias da natureza. Tese de Doutoramento apresentada em 2010, ISCTE-IUL Escola de Tecnologias e Arquitectura.

Hillier, B. (2016) What are cities for? And how does this relate to their spatial form? – The Journal of Sapce Syntax - Volume 6, n.2, p.199-212.

Hillier, B.; Hanson, J. (1984) The social logic of space. Londres, Cambridge University Press.

Hillier, B.; Vaughan, L. (2007) The city as one thing. Progress in Planning, v.67, n.3, pp.205-230.

Hillier, B., Yang, T., Turner, A. (2012) Normalising least angle choice in Depthmap - and how it opens up new perspectives on the global and local analysis of city space. In Journal of Space Syntax (JOSS), Vol.3, n.2, p.155-193.

Holanda, F. (2002) O espaço de exceção. Brasília, EdUnB.

Jacques, P. (2006) Learning from favelas. Em: Nunes, Brasilmar Ferreira (org.). Sociologia de Capitais Brasileiras: Participação e Planejamento Urbano. Brasília, Líber Livro Editora, pp. 179-202.

Loureiro, V. R. T. (2017) “Quando a gente não tá no mapa": a configuração como estratégia para a leitura socioespacial da favela. Brasília. Tese – Programa de Pesquisa e Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Medeiros, V. A. S. (2016). Uma herança do ultramar 05: análise da configuração urbana em cidades lusófonas. Projeto de Pesquisa (Iniciação Científica), PPG/FAU/UnB, Brasília.

Medeiros, V. A. S. (2013) Urbis Brasiliae: o labirinto das cidades brasileiras. Brasília, EdUnB.

Morin, E. (1990) Introdução ao pensamento complexo. Lisboa, Instituto Piaget.

Rolnik, R. (2015) Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo.

Salingaros, N. A. (trad. Livre Salomão, L.) (1998). A teoria da teia urbana, Journal of Urban Design, v. 3, p. 53-71. Taylor & Francis Limited.

Salingaros, N. A. (2005) Principles of Urban Structure, Design Science Planning, Amsterdam: Techne.

Salingaros, N. A. (2010) Twelve Lectures on Architecture - Algorithmic Sustainable Design. Solingen: Umbau-Verlag.

Salingaros, Nikos A. et al. (trad. Livre Salomão, L.) (2006) Habitação Social na América Latina: uma Metodologia para Utilizar Processos de Auto-organização. Apresentado no Congresso Ibero-Americano de Habitação Social, Florianópolis, Brasil.

Sobreira, F. (2002) A lógica da diversidade: complexidade e dinâmica em assentamentos Espontâneos. Recife, 2002. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Urbano) – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

Wirth, L. (1938) Urbanism as a way of life. The American Journal of Sociology, Vol. 44, No. 1 (Jul.), pp. 1-24. The University of Chicago Press Stable. Disponível em: http://www.jstor.org/ stable/2768119. [Acessado em 31 julho 2017].

Os direitos autorais permanecem com os autores, que autorizam a Revista de Morfologia Urbana a publicar o artigo sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-By).

Downloads

Não há dados estatísticos.