Dispositivos de vigilância como tecnologias de controle no capitalismo de dados
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Palavras-chave

vigilância
dispositivo
disciplina
biopolítica
tecnopolítica

Como Citar

BARROS BORDIGNON, G. Dispositivos de vigilância como tecnologias de controle no capitalismo de dados: redes sociais e smart cities. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 8, n. 2, p. e00157, 2020. DOI: 10.47235/rmu.v8i2.157. Disponível em: https://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/157. Acesso em: 3 dez. 2024.

Resumo

O presente artigo apresenta os dispositivos de vigilância sob a ótica de Michel Foucault em suas duas categorias: disciplinar e biopolítica. Tais conceitos são as bases que utilizo para refletir, a partir de autores contemporâneos, sobre as atuais técnicas de vigilância inseridas no que se pode chamar de uma nova categoria de dispositivo: o tecnopolítico. As investigações são feitas através da análise conjunta de duas tecnologias de poder contemporâneas: as redes sociais – com enfoque no Facebook – e as smart cities – ou ‘smartização’ das cidades. Através de conexões entre os conceitos apresentados e os dois estudos realizados, reflete-se sobre o papel da vigilância e seus mecanismos de controle dentro de três entendimentos do presente: dos dados como os novos combustíveis fundamentais da atual fase do capitalismo; do neoliberalismo como ideologia predominante nas relações sociais, de trabalho e de produção do espaço urbano; e da cibercultura, com a gradual dissolução dos limites entre real e virtual. O artigo aponta que os dispositivos tecnopolíticos têm impactos substanciais na produção de subjetividades e de cidadania – sendo condicionantes de um novo modo de viver urbano e contemporâneo – e propõe cenários possíveis de enfrentamentos a tal conjuntura.

https://doi.org/10.47235/rmu.v8i2.157
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