Resumo
O artigo compreende a análise de nove cidades médias brasileiras por meio da abordagem morfológica, com o intuito identificar a existência, ou não, de um “tipo” urbano próprio. A amostra é composta por nove municípios que representam, em certa medida, a diversidade do cenário urbano nacional: Uberlândia/MG, Londrina/PR, Passo Fundo/RS, Chapecó/SC, Dourados/MS, Marília/SP, Marabá/PA, Campina Grande/PB e Mossoró/RN. A abordagem teórica, metodológica e técnica baseia-se em estratégias da Sintaxe Espacial associadas a variáveis não configuracionais, incluindo dados socioeconômicos de diversas fontes. A base de dados está estruturada em Sistema de Informações Geográficas e as cidades são exploradas comparativamente, conforme panorama atual e histórico, numa perspectiva diacrônica: mapas axiais e de segmentos foram desenvolvidos desde a fundação até 2017, resultando em 58 modelagens. Os achados sugerem que as cidades investigadas são relativamente homogêneas e apresentam um claro padrão configuracional, baseado na regularidade. O aspecto favorece a acessibilidade e a legibilidade, em razão de uma maior oferta de rotas e trajetos, além de evidenciar a hierarquia dos sistemas. Em termos socioeconômicos, entretanto, a riqueza gerada pelo agronegócio e pelos intensos fluxos de pessoas, bens e capitais não é distribuída com equidade: o distanciamento acentuado entre os estratos sociais, cria um cenário ambíguo de riqueza e pobreza, representando, em certa medida, o conflito social brasileiro. Os achados apontam para a existência, senão de um tipo, pelo menos de um padrão semelhante de estrutura socioeconômica, processo de expansão urbana e desigualdade socioespacial..
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