Cidades jardim do passado
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Palavras-chave

organização espacial pré-colonial
arquitetura indígena
proto-urbanismo amazônico
espacialidade amazônica
cidade jardim

Como Citar

PINHO, G. .; CARDOSO, A.; OLIVEIRA, K. Cidades jardim do passado: lições da herança morfológica dos povos indígenas. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 12, n. 1, 2024. DOI: 10.47235/rmu.v12i1.335. Disponível em: https://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/335. Acesso em: 22 dez. 2024.

Resumo

As configurações modernas de assentamentos humanos têm substituído padrões espaciais de aldeias e comunidades tradicionais, sem reconhecer que o urbanismo brasileiro não começou com os assentamentos humanos fundados pelos europeus. Este artigo parte dos registros disponíveis na literatura sobre as configurações e espacialidades indígenas para analisar a evolução da organização de seus espaços de vida, de modo a caracterizar um protourbanismo amazônico. A análise segue estratégias dos estudos morfológicos para investigar arranjos espaciais, implantações e tipologias de edificações de povos indígenas. A territorialidade indígena mantém características ancestrais que remontam ao período pré-colonial, e revelam o relacionamento do indivíduo com o grupo e deste com o ecossistema. A organização dos usos cerimonial, habitacional, de produção e floresta é ponto comum para o universo estudado, e a maior permanência morfológica é a organização espacial em rede ou constelação, com a manutenção dos interstícios de floresta. Considerando-se os pressupostos teóricos de Ebenezer Howard, a configuração espacial indígena, que comunitariamente maneja a floresta Amazônica com sucesso há mais de 10.000 anos, tem aproximações conceituais com a concepção de "cidade jardim". Conclui-se que é imprescindível proteger e ressignificar os registros que resistem, e recuperar soluções espaciais endógenas que podem e devem servir de referencial para as cidades amazônicas, em um movimento de descolonização do saber.

https://doi.org/10.47235/rmu.v12i1.335
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