Uma ponte para quem?
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Palavras-chave

Acessibilidade
Ponte
Simulação de sistema viário
Sintaxe do Espaço
Natal/RN

Como Citar

DANTAS DE ARAÚJO MAIA, Ítalo; CASTRO, A. A. B. da C.; BEZERRA FARIA TRIGUEIRO, E.; MEDEIROS, V. Uma ponte para quem? : Simulando os efeitos socioespaciais da construção de uma nova ponte na cidade de Natal, Brasil. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 12, n. 1, 2024. DOI: 10.47235/rmu.v12i1.367. Disponível em: https://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/367. Acesso em: 1 maio. 2024.

Resumo

O estudo apresentado neste artigo está inserido no campo investigativo da Análise Sintática do Espaço, em particular quanto ao emprego de simulação de mudanças na configuração urbana por meio da investigação de possíveis impactos socioespaciais da construção de uma nova ponte em Natal. O problema de pesquisa centra-se em identificar ganhos e perdas de acessibilidade após realizadas as intervenções e em questionar quem seria o público mais favorecido com tais mudanças. Para tanto, foram modeladas representações (mapas de segmentos) da malha viária da área urbana contínua de Natal, simulando-se um cenário transformado pela introdução da ponte. Valores de acessibilidade origem-destino (NAIN) e de atravessamento (NACH), referentes às situações de antes e depois, foram comparados a dados censitários relativos a padrões de distribuição de renda em Natal. Os resultados apontam para a redistribuição de vetores de alta integração da periferia para o centro geométrico (bairro Potengi) da Região Administrativa Norte de Natal, e para o aumento da acessibilidade em áreas antigas de ocupação (Cidade Alta e Alecrim), potencialmente estendendo-se ao sítio definido como o centro histórico de Natal (Cidade Alta/Ribeira). O atual centro topológico da cidade, na região Leste/Sul, mais rica economicamente, é fortalecido. Como exposto em estudos anteriores, alguns referidos neste artigo, os efeitos de ganho de acessibilidade em centros antigos têm suscitado transformações às vezes radicais do cenário construído, raramente condizentes com a noção de preservação de bens culturais.

https://doi.org/10.47235/rmu.v12i1.367
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