Da textura orbital à superfície social
PDF

Palavras-chave

Textura Urbana
Lacunaridade
Habitabilidade

Como Citar

SIMÕES, M. B.; NORMANDO MACÊDO BARROS FILHO, M. Da textura orbital à superfície social: investigando padrões socioespaciais através da lacunaridade e habitabilidade. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 10, n. 2, 2022. DOI: 10.47235/rmu.v10i2.241. Disponível em: https://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/241. Acesso em: 16 maio. 2024.

Resumo

Este artigo consiste em uma investigação da relação entre a textura e as condições de habitabilidade urbana  no distrito-sede de Campina Grande (PB), Brasil. A análise de textura urbana consistiu em uma abordagem morfológica pautada na teoria dos fractais, mensurada através do cálculo de lacunaridade. A análise da habitabilidade foi realizada por meio do cálculo de um índice, construído a partir de dados disponibilizados pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que permite avaliar condições de renda, longevidade, tipologia domiciliar, saneamento e ocupação nos setores censitários urbanos do município. As medidas texturais e de habitabilidade foram espacializadas e sobrepostas entre si através de ferramentas de geoprocessamento. A relevância deste trabalho está no uso de técnicas alternativas no auxílio às leituras territoriais, na compreensão das diversidades intraurbanas e na detecção de padrões de segregação e fragmentação. Os resultados permitiram concluir que o cruzamento dos valores de lacunaridade e habitabilidade auxiliam no planejamento de diretrizes urbanísticas, tendo como referência áreas representativas selecionadas neste estudo.

https://doi.org/10.47235/rmu.v10i2.241
PDF

Referências

Abramo, P. (2007) “A cidade COM-FUSA: a mão inoxidável do mercado e a produção da estrutura urbana nas grandes metrópoles latino-americanas”, Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais 9.

Allain, C. e Cloitre, M. (1991) “Characterizing the lacunarity of random and deterministic fractal sets”, Physics Review A 44, 3552-8.

Amorim, L. M. e Barros Filho, M. (2017) “Convergência de métodos de descrição da forma urbana: análise de textura de imagens de satélite e análise gráfica visual”, Revista de Morfologia Urbana 5(2), 65–81. http://doi.org/10.47235/rmu.v5i2.3.

Anjos, K. L. (2013) “Mercado Imobiliário de aluguel em áreas pobres e as transformações urbanas e ambientais”, tese, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.

Barros Filho, M. (2006) “As múltiplas escalas da diversidade intra-urbana: uma análise de padrões socioespaciais no Recife”, tese, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.

Barros Filho, M. (2009) “Detecção de padrões morfológicos intra-urbanos a partir de interpolação por Krigagem Ordinária dos valores de lacunaridade obtidos em imagens de satélite de alta resolução espacial”, Anais do XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal.

Barros Filho, M., Silva Y. e Madruga, C. (2019) “Densidade e forma urbana: o Caso das ZEIS em Campina Grande”, Anais do XVIII ENANPUR 2019, Natal. https://anpur.org.br/enanpur-xviii/

Batty, M. e Longley, P. (1994) Fractal cities: a geometry of form and function (Academic Press, London).

Berghauser Pont, M. e Haupt, A. (2005) "The Spacemate: Density and the typomorphology of the urban fabric", Nordisk Arkitekturforskning, 4, 55-68.

Burrough, P. A. (1986) Principles of geographical information systems for land resources assessment (Oxford University Press, New York).

Caldeira, T. (2000) Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo (Editora 34/ Edusp, São Paulo).

Carvalho, M. J. (2011) “Discursos e imagens da cidade: o processo de requalificação urbana de Campina Grande-PB (1970-2000)”, tese não-publicada, Universidade Federal da Paraíba, Brasil.

Cariola, C. e Lacabana, M. (2001) “La metrópoli fragmentada: Caracas entre la pobreza y la globalización”, EURE 80, 9-32.

Castells, M. (1983) A Questão Urbana (Paz e Terra, Rio de Janeiro).

Costa, L. (2013) “Estruturação da cidade de Campina Grande: as estratégias e intencionalidades do mercado imobiliário”, dissertação não-publicada, Universidade Federal da Paraíba, Brasil.

Chetry, M. (2014) “Os conceitos da metrópole latino-americana contemporânea: o exemplo da fragmentação socioespacial”, Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais, 16, 61-67.

Dong P. (2000) “Test of a new lacunarity estimation method for image texture analysis”, International Journal of Remote Sensing 21 (17), 3369-73.

Du, G. e Yeo,T. (2002) “A novel lacunarity estimation method applied to SAR image segmentation”, IEES Transitions on Geoscience and Remote Sensing 40, 12.

Frankhauser, P. (1997) “Fractal analysis of urban structures”, em Holm, E. (Ed). Modeling space and networks: Progress in theoretical and quantitative geography (Gerum Kulturgeografi, Umea) 145-181.

Haramoto, E. (2002) “Un sistema de información en vivienda. Una proposición preliminar”, Revista Planes de Desarrollo Urbano 16, 44.

Henebry, G. e Kux, H. (1995) “Lacunarity as a texture measure for SAR imagery”, International Journal of Remote Sensing 16, 565-571.

Hernández, G. e Velásquez, S. (2014) “Vivienda y calidad de vida: medición del hábitat social en el México Occidental”, Bitácora 24(1), 149-200.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2012) Censo Brasileiro de 2010 (IBGE: Rio de Janeiro).

Kit, O. (2013) “Automated detection of slum area change in Hyderabad, India using multitemporal satellite imagery” ISPRS Journal of Photogram metryand Remote Sensing 83, 130-137. https://doi.org/10.1016/j.isprsjprs.2013.06.009

Landáruzi, M. e Mercado, J. (2004) “Algunos factores físicos y psicológicos relacionados con la habitabilidad interna de la vivienda”, Medio Ambiente y Comportamiento Humano 5(1-2).

Leão, D. (2011) “Análise da Textura Urbana para mapeamento da precariedade habitacional. 2011”, dissertação não-publicada, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.

Lojkine, J. (1997) O Estado capitalista e a questão urbana (Martins Fontes, São Paulo).

Lynch, K. (1960) The image of the city (The M.I.T. Press, Cambridge)

Mahabir, R., Croitru, A., Crooks, A., Agouris, P. e Stefanidis, A. (2017) “A Critical Review of High andVery High-Resolution Remote Sensing Approaches for Detecting and Mapping Slums: Trends, Challenges And Emerging Opportunities” Urban Science 2(1), 1–38.

Mandelbrot, B. B. (1982) The fractal geometry of nature (Freeman, New York).

McIntyre, N. e Wiens, J. (2000) “A novel use of the lacunarity index to discern landscape function”, Landscape Ecology 15, 313-321.

Melo, L. (1985) “Habitação popular em Campina Grande”, dissertação não-publicada, Universidade Federal da Paraíba, Brasil.

Myint, S. e Lam, N. (2005) “A study of lacunarity-based texture analysis approaches to improve urban image classification”, Computer, Environment and Urban Systems 21, 501-523.

Mueller, C., Torres, M. e Morais, M. (1997) Referencial básico para a construção de um sistema de indicadores urbanos (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada: Brasília).

Oliveira, V. e Monteiro, C. (2016) Diferentes abordagens no estudo da forma urbana (FEUP Edições, Porto).

Owen, K. e Wong, D. (2013) “An approach to di?erentiate informal settlements using spectral, texture, geomorphology and road accessibility metrics” Applied Geography 38, 107–118.

Plotnick, R., Gardner, R., Hasgrove, W. e Prestegaard, K. (1996) “Lacunarity analysis: a general technique for the analysis of spatial patterns”, Physical Review 55(5), 5461-68.

Prefeitura Municipal de Campina Grande, Paraíba (2009). Lei n. 4.806 de 23 de setembro de 2009, que trata sobre as Zonas Especiais de Interesse Social.

Prevot-Schapira, M. F. (2001) “Fragmentación espacial y social: conceptos y realidades”, Perfiles Latinoamericanos 19, 33-56.

Queiroz, M. (2016) Quem te vê não te conhece mais – Arquitetura e cidade de Campina Grande em transformação 1930 – 1950 (EDUFCG, Campina Grande).

Sabatini, F. (1999) “Tendencias de la segregación residencial urbana en Latino america: reflexiones a partir del caso de Santiago de Chile”, Série Azul 29.

Siche, R., Agostinho, F., Ortega, E. e Romeiro, A. (2007) “Índices versus indicadores: precisões conceituais na discussão da sustentabilidade de países” Ambiente & Sociedade 10(2), 137-148.

Simões, M. e Barros Filho, M. (2021) “Texturas da Precariedade Urbana: reconhecimento de padrões em imagens de satélite”, Anais do XVII Congresso de Iniciação Científica da UFCG, Campina Grande. https://posgraduacao.ufcg.edu.br/anais/2020/ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.html

Sousa, F. (2006) Territórios de Confrontos: Campina Grande 1920 – 1945 (EDUFCG, Campina Grande).

Sobreira, F. (2002) “A Lógica da diversidade: complexidade e dinâmica em assentamentos espontâneos”, tese não-publicada, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.

Steiniger, S., Lange, T., Burghardt, D. e Weibel, R. (2007) “An Approach for the Classification of Urban Building Structures Based on Discriminant Analysis Techniques”, Transactions in GIS 12(1), 31-59.

Tso, B. e Matter, P. M. (2001) Classification methods for remotely sensed data (Taylor & Francis, London).

Veiga, D. (2005) "Entre a desigualdade e a exclusão social: estudo de caso da grande Montevidéu", Caderno CRH 45, 341-54.

Villaça, F. (2001) Espaço intra-urbano no Brasil (Studio Nobel, FAPESP, Lincoln Institute, São Paulo).

Villaça, F. (2011) "São Paulo: segregação urbana e desigualdade", Estudos avançados 25(71), 37-58. https://www.revistas.usp.br /eav/article/view/10597

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Matheus Batista Simões Simões, Mauro Normando Macêdo Barros Filho

Downloads

Não há dados estatísticos.