Resumo
A combinação da Teoria da Sintaxe Espacial (TSE) e do conceito da Caminhabilidade se destaca como uma abordagem inovadora para compreender a organização do espaço urbano e seu impacto na mobilidade a pé. Este estudo busca explorar a interseção entre TSE e Caminhabilidade, destacando como esses conceitos se complementam para compreender a relação entre a forma urbana, as conexões das redes de pedestres e a acessibilidade em áreas urbanas. Em especial, a TSE fornece ferramentas valiosas para avaliar a integração e conectividade das redes viárias e sua influência na caminhabilidade. Uma revisão sistemática de 13 (treze) estudos que aplicaram essas abordagens em diferentes contextos urbanos revelou que a forma urbana desempenha um papel crucial na moldagem da caminhabilidade, afetando a acessibilidade, a segurança e o conforto dos pedestres. Embora as pesquisas tenham apontado algumas limitações, como a falta de consideração de fatores específicos e a realização de estudos em áreas geograficamente restritas, elas contribuíram para o desenvolvimento de modelos estatísticos e metodologias para aprimorar a caminhabilidade em várias cidades, principalmente as europeias. Portanto, é recomendável expandir essas análises para diferentes contextos urbanos, especialmente em cidades brasileiras, para promover um planejamento urbano mais eficiente e sustentável.
Referências
Albala, P. L. R. (2022) “Percursos de pedestres: caminhabilidade, conforto ambiental e planejamento estratégico” Tese (Doutorado em Tecnologia da Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Alexander, C.; Ishikawa, S.; Silverstein, M. (1977) A Pattern Language. New York: Oxford University Press, 1977.
Andrade. Victor; Linke, Clarisse Cunha. (2017) Cidades de pedestres: A caminhabilidade no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Babilônia Cultura Editorial, 2017.
Asriana, N. et al. (2023) “The Effects Street-Network Configuration in Modelling Walkability Through Space Syntax”, Dimension: Journal of Architecture and Built Environment, Indonesia, Vol. 50, N. 1, p. 13–20, 1 Julho. 2023. DOI: https://doi.org/10.9744/dimensi.50.1.13-20. Acesso em: 08 outubro de 2023.
Barros, A. P. (2014) “Diz-me como andas que te direi onde estás: inserção do aspecto relacional na análise da mobilidade urbana para o pedestre”. Tese de Doutorado. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, FT, UnB, Brasília.
Barros, A. P.; Martínez, L. M.; Viegas, J. M. (2017) “How urban form promotes walkability?” Em: Transportation Research Procedia. Disponível em: https://www.scopus.com/inward/record.uri?eid=2-s2.0-85039969705&doi=10.1016%2fj.trpro.2017.12.039&partnerID=40&md5=e86f6ae8ea5c81801a086ff2b84ef3f5
Bradshaw, C. (1993) “Creating—and using—a Rating System for Neighborhood Walkability: Towards an Agenda for Local Heroes.” In: 14th Intl Pedestrian Conf.
Cambra, P. J. M. (2012) “Pedestrian Accessibility and Attractiveness Indicators for Walkability Assessment”, Dissertação (Mestrado) - Curso de Urbanismo e Ordenamento do Território, Instituto Superior Técnico Lisboa, Lisboa.
Capitanio, M. (2019) “Attractive streetscape making pedestrians walk longer routes: The case of Kunitachi in Tokyo”. Journal of Architecture and Urbanism, v. 43, n. 2, p. 131–137. Disponível em https://doi.org/10.3846/jau.2019.10359. Acesso em: 09 outubro de2023.
Carvalho, B.; Barbosa, G.; Drach, P. (2020) “Investigating the Walkability Index of a Commercial City Center Using Simulation and Surveys: The Juiz de Fora Case Study”. Em: Iop Conference Series: Earth And Environmental Science. DOI:10.1088/1755-1315/503/1/012098. Acesso em: 14 outubro de 2023.
Cerqueira, I. W. (2017) “Os pés da cidade: um estudo sobre a caminhabilidade, relações socioespaciais nas calçadas e mobilidade dos pedestres”, Dissertação (Mestrado - Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de Brasília.
Cerqueira, I. Wanderley de; Medeiros, Valério Augusto Soares; Peixoto Accioly, Victor Lubambo. (2023) “Caminhabilidade e forma da cidade: um estudo sobre a configuração urbana e sua influência nas relações socioespaciais no Recife”. Oculum Ensaios, [S. l.], v. 20, p. 1–21. DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5093. Disponível em: https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/oculum/article/view/5093. Acesso em: 09 outubro de 2023.
Cullen, Gordon. (1971, 1961) The Concise Townscape. London: The Architectural Press.
Dhanani, A.; Tarkhanyan, L.; Vaughan, L. (2017) “Estimating pedestrian demand for active transport evaluation and planning”, Transportation Research Part A: Policy and Practice, v. 103, p. 54–69. DOI: https://doi.org/10.9744/dimensi.50.1.13-20 Acesso em: 09 outubro. 2023
Ferreira, Marcos Antonio Garcia; Sanches, Suely da Penha. (2001) “Índice de qualidade das
calçadas–IQC”. Revista dos Transportes Públicos, v. 91, n. 23, p. 47-60.
Gehl, Jan. (2013) Cidades Para as Pessoas. 1ª Edição. São Paulo: Perspectivas.
Ghidini, Roberto. (2011) “A caminhabilidade: medida urbana sustentável” - Revista dos Transportes Públicos - ANTP - Ano 33.
Hillier, Bill. (1996) Space is the machine. Cambridge University Press, Londres.
Hillier, Bill; Hanson, Julienne. (1984) The Social Logic of Space. Londres: Cambridge University Press.
Hillier, Bill; Penn, Alan; Hanson, Julienne; Grajewski, T.; XU, J. (1993) “Natural movement: or, configuration and attraction in urban pedestrian movement”, Environment and Planning B: Planning and Design, v. 20, n. 1, p. 29 -66.
Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento. ITDP Brasil. (2018) “Índice de Caminhabilidade: Ferramenta. Versão 2.0:”, Rio de Janeiro: ITDP Brasil. Disponível em: https://itdpbrasil.org/icam2/. Acessado em 20/07/220.
Institute of Transportation Engineers ITE. (2010) “Designing Walkable Urban Thoroughfares: A Context Sensitive Approach, Recommended Practice”, Washington, 2010.
Jabbari, M.; Fonseca, F.; Ramos, R. (2018 “Combining multi-criteria and space syntax analysis to assess a pedestrian network: the case of Oporto”. Journal of Urban Design, v. 23, n. 1, p. 23–41. https://doi.org/10.1080/13574809.2017.1343087. Acesso em: 09 outubro de2023.
Jacobs, J. Morte e vida de grandes cidades. 3.ed, 7° tiragem - São Paulo: WMF Martins Fontes, 2020. 510p.
Lamíquiz, P. J.; López-Domínguez, J. (2023) “Effects of built environment on walking at the neighbourhood scale. A new role for street networks by modelling their configurational accessibility?”, Transportation Research Part A: Policy and Practice, v. 74, p. 148–163, 2015. ISSN 0965-8564, https://doi.org/10.1016/j.tra.2015.02.003. Acesso em: 14 outubro de 2023.
Leão, A. L. F.; Urbano, M. R. (2020) “Street connectivity and walking: An empirical study in Londrina- PR”. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, v. 41, n. 1, p. 31–42, 1 jun. 2020. DOI: 10.5433/1679-0375.2020v41n1p31. Acesso em: 09 outubro de 2023.
Lynch, Kevin. (1980) A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1980.
Malatesta, Maria Ermelina Brosch. (2008) “Andar a pé: Um modo de Transporte para a
Cidade de São Paulo”. 2007. 254 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
Medeiros, V. A. S. (2006) “Urbis Brasiliae ou sobre Cidades do Brasil. Brasília”, Tese de Doutorado (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – PPG, FAU, UnB.
Mohamed, A. A.; Van Der Laag Yamu, C. (2023). “Space Syntax has Come of Age: A Bibliometric Review from 1976 to 2023”. Journal of Planning Literature, 0(0). HTTPS://DOI.ORG/10.1177/08854122231208018. Acesso em: 30 outubro de 2023.
Moher, D.; Liberati, A.; Tetzlaff, J.; Altman, D.G.; The, P.G. (2009) “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement”, PLoS Med, 6, e1000097.
Monteiro, Fernanda Borges; Campos, Vânia Barcellos Gouvêa (2011) “Metodologia Para
Análise do Nível de Serviço dos Caminhos Para Pedestres no Acesso ao Transporte de Massa”,
In: Congresso De Pesquisa E Ensino Em Transportes - ANPET, 25. 2011, Belo Horizonte.
Anais. Belo Horizonte: ANPET, 2011. p. 1138 - 1149.
Netto, V. M, Saboya R., Vargas J. C., & Carvalho T. (2017). Efeitos da
Arquitetura: Os impactos da urbanização contemporânea no Brasil. 2ª edição, Brasília: FRHB.
Netto, V.M.; Saboya, R.T.; Vargas, J.C.; Figueiredo, L.; Freitas, C.;
Pinheiro, M. (2012) “The convergence of patterns in the city: (Isolating) the effects of architectural morphology on movement and activity”. In: Proceedings of the 8th Space Syntax Symposium. Santiago: Universidad Catolica Chile.
Ozelim, Juliana C. M. (2022) “Forma Urbana e Caminhabilidade: Uma análise das metodologias de avaliação dos caminhos de pedestres”, Dissertação (Mestrado - Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Universidade de Brasília.
Page, M.J.; McKenzie, J.E.; Bossuyt, P.M.; Boutron, I.; Hoffmann, T.C.; Mulrow, C.D.; Shamseer, L.; Tetzlaff, J.M.; Akl, E.A.; Brennan, S.E.; (2021) “The PRISMA 2020”, estatement: An updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ 2021, 372, n71.
http://prisma-statement.org/PRISMAStatement/FlowDiagram]
Paiva, Lincoln (2017) “Urbanismo Caminhável: a caminhabilidade como prática de construção de lugares”, Dissertação de Mestrado (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil.
Scorza, F. et al. (2021) “Increasing urban walkability through citizens’ participation processes”, Sustainability (Switzerland), v. 13, n. 11. https://doi.org/10.3390/su13115835. Acesso em: 14 outubro de 2023.
Seamon, D.; De Moraes Netto, V. (2019) “In Memoriam: Bill Hillier (1937–2019)”. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 7, n. 2, p. e00122, 2019. DOI: 10.47235/rmu.v7i2.122. Disponível em: https://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/122. Acesso em: 02 mar. 2024.
Speck, Jeff. (2016) Cidade Caminhável. 1° Edição. São Paulo: Perspectiva 2016
Stefanidis, R.-M.; Bartzokas-Tsiompras, A. (2022) “Where to improve pedestrian streetscapes: Prioritizing and mapping street-level walkability interventions in Cape Town’s city centre”, Urbani Izziv, v. 33, n. 2, p. 115–126. doi:10.5379/urbani-izziv-en-2022-33-02-05. Acesso em: 14 outubro de 2023.
Vargas, Júlio Celso (2017) “Forma urbana e mobilidade a pé: mobilidade, caminhabilidade, vitalidade” In: NETTO, Vinicius M. et al. (org.) Efeitos da arquitetura: os impactos da urbanização contemporânea no Brasil. Brasília: FRBH, p. 71-89.
Whyte, William H. (2001) Social Life of Small Urban Spaces. New York: Project for Public Spaces.
Zabot, Camila de Mello (2013) “Critérios de Avaliação da Caminhabilidade em Trechos de Vias Urbanas: Considerações Para a Região Central de Florianópolis”. 2013. 169 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
Zaleckis, K.; Chmielewski, S.; Kami?caityte, J.; Grazuleviciute-Vileniske, I.; Lipi´nska, H. (2022), “Walkability Compass—A Space Syntax Solution for Comparative Studies”. Sustainability, 14, 2033. https://doi.org/10.3390/su14042033. Acesso em: 14 outubro de 2023.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Juliana Ozelim, Frederico de Holanda