Resumo
Este trabalho tem como fim expor os conceitos tradicionais de fringe belts, tanto os definidos por Louis, em 1936, estudados por M. R. G. Conzen na sua pesquisa de 1960, quanto os observados por M. P. Conzen nas cidades norte-americanas. Pela identificação das características encontradas em trabalhos elaborados por pesquisadores brasileiros, pretende-se conceituar as principais abordagens e discutir a sua apropriada nomenclatura. Os procedimentos metodológicos incluem, inicialmente, consultas aos textos dos dois pesquisadores, Louis e Conzen, que permitem identificar esses elementos morfológicos por meio de análises do desenvolvimento das cidades onde se inserem. Na etapa seguinte, são abordados estudos sobre esses elementos morfológicos realizados por pesquisadores brasileiros em distintos contextos urbanos. Cidades de origem colonial, como Ouro Preto, Tiradentes, Belém e Salvador, são analisadas em relação ao contexto de formação da malha urbana e dos respectivos fringe belts. Investigações sobre trabalhos efetuados em urbes com origem no século XIX e XX, tais como Maringá, Uberlândia e Belo Horizonte, permitem comparar e avaliar a aplicação dos conceitos sobre fringe belts em diferentes cidades. Mais do que o conhecimento do trabalho efetuado por pesquisadores nacionais, essas pesquisas apontam para o potencial de integração entre abordagens da Morfologia Urbana e da Ecologia da Paisagem.
Referências
Al-Ashab, K. H. (1974) “The urban geography of Baghdad”, unpublished PhD thesis, University of Newcastle upon Tyne, UK.
Barke, M. (1976) “Land use succession: a factor in fringe-belt modification”, Area 8, 303-6.
Barreto, A. (1996) Belo Horizonte, memória histórica e descritiva: história antiga e história média (Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais, Belo Horizonte).
Cardoso, A. C., Castro, L. E. Oliveira, K. (2023) “Cinturas periféricas na periferia do capitalismo: os casos de Belém e Manaus”, Revista de Morfologia Urbana11(1).
Cervantes, N. E. R. (1999) “The concept of the fringe belt in a Mexican city: Morelia”, em Corona, R. e Maffei, G. L., Proceedings of 6ª Conference International Seminar on Urban Form – Transformations of Urban Form: From Interpretations to Methodologies in Practice, ISUF, 23-26 julho, 1999, Firenze, Italia (Atti, Universitá Degli Studi di Firenze) 16-20.
Cocozza, G. D. P. e Libera, I. D. (2012) “Caracterização e sistematização dos fringe belts em Uberlândia”, artigo não publicado, Anais do VII Colóquio Nacional do Sistema de Espaços Livres, QUAPÁ-SEL, 2009, Campo Grande, Brasil.
Conzen, M. P. (2009) “How cities internalize their former urban fringes: a cross-cultural comparison”, Urban Morphology 13(1), p. 29.
Conzen, M. R. G. (1960) Alnwick, Northumber land: a study in town plan analysis Institute of British Geographers Publication 27 (George Philip, London).
Conzen, M. R. G, (1962) “The plan analysis of an English city centre”, em Whitehand, J. R. (ed.) The urban landscape: historical development and management. Papers by M. R. G. Conzen Institute of British Geographers Special Publication 13 (Academic Press, Londres) 25-55.
Conzen, M. P. (2007) “Ouro Preto' s urban morphology from a Conzenian perspective”, artigo não publicado, Anais do Fourteenth International Seminar on Urban Form, ISUF, 2007, agosto-setembro 2007, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil (UFMG, Belo Horizonte).
Conzen, M. P. (2008) “How growing cities internalize their old urban fringes: a cross-cultural comparison”, Proceedings of International Seminar on Urban Form, ISUF, 2008, 21-23 novembro 2008, Artimino, Itália.
Conzen, M. P. (2009) “How cities internalize their former urban fringes: a cross-cultural comparison”, Urban Morphology, 13(1), 29.
Forman, R. T. T. e Godron, M. (1986) Landscape ecology (Wiley, New York).
Kristjánsdóttir, S. (2008) Fringe belts and green belts: “the relationship between former fringe belts and todays green belts – a case study from Reykjavík, Iceland”, Proceedings of International Seminar on Urban Form, ISUF, 2008, Artimino, Italia.
Kristjánsdóttir, S. (2016) “The contemporary urban fringe of the city of Reykjavík, Iceland” Nordiska studier av stadsnära landskap 162.
Laboratório da Paisagem - EAUFMG LaP. (2009) “Fringe Belts no município de Belo Horizonte”, em Tângari, V., Andrade e R., Schlee, M., Anais do Colóquio Nacional Sistema de Espaços Livres: o cotidiano, apropriações e ausências, QUAPÁ-SEL, 2009, Rio de Janeiro, Brasil (UFRJ, Rio de Janeiro) 162-181.
Laboratório da Paisagem - EAUFMG LaP. (2010) “A transformação dos espaços livres públicos de Belo Horizonte”, Anais do Colóquio Nacional QUAPÁ-SEL, 2010, São Paulo, Brasil (USP, São Paulo).
Louis, H. (1936) 'Die geographische Gliedenmg von Gross-Berlin', Landerkundiche Forschung:Festschrift: urVollendungdessechigsten Lebensjahres Norbert Krebs (Engelhorn, Stuttgart) 146-171.
Macedo, S. S. Projeto orla: procedimentos de classificação paisagística para áreas costeiras. Versão preliminar, 2000.
Meneguetti, K. S. (2009) Cidade-jardim, cidade sustentável: a estrutura ecológica urbana e a cidade de Maringá – (EDUEM, Maringá).
Rego, R. L., & Meneguetti, K. S. (2011) “A respeito de morfologia urbana. Tópicos básicos para estudos da forma da cidade”, Acta Scientariarum. Technology, 33 (2), 123-127.
Meneguetti, K. S. e Pereira Costa, S. A. (2015) “The fringe-belt concept and planned new towns: a Brazilian case study”, Urban Morphology 19(1), 25-33.
Meneguetti, K. S. e Lemes de Oliveira, F. (2021) “Reconsidering green belts, green wedges and green ways”, Acta Scientiarum 43(1), 1-13.
Meneguetti, K. S., Teixeira, H. L., V; Jacomini, A. e Rosmaninho, H. A. (2023) “Estudo das faixas de hiato urbano na evolução morfológica de Tiradentes”, em A Morfologia Urbana de Tiradentes/MG (PACPS/EAUFMG, Belo Horizonte) 194-206.
Meneguetti, K. S. e Beloto, G. E. (2024) “Faixas de hiato urbano: formação e transformação em cidades paranaenses”, Revista de Morfologia Urbana 12(1).
Pereira Costa, S. A. e Maciel, M, C. (2009) “Fringe belts in planned cities - do they exist in such context?”, Proceedings of 16º International Seminar on Urban Form, ISUF, 2009, Guangzhou, China.
Pereira Costa, S. A., Teixeira, M. C. V., Maciel, M. C., Simão, K. M. C. e Perna, S. A. (2011) “Research on fringe belts in Belo Horizonte/Brazil”, Proceedings of 18º International Seminar on Urban Form, ISUF, 2011, Montreal, Canadá.
Pereira Costa, S. A. e Gimmler Netto, M. M. (2015). Fundamentos de Morfologia Urbana (C/Artes, Belo Horizonte).
Pereira Costa, S. A. e Simão, K. M. C. (2017) “A study of fringe belts in Belo Horizonte, Brazil - a contribution to developments in urban morphology”, Observations on Urban Growth 17.
Pereira, J. A., Meneguetti, K. S. e Rego, R. L. (2011a) “Urban fringe belts em cidades novas: o caso de Maringá – Brasil”, Paisagem e Ambiente 29, 83-102.
Pereira, J. A., Meneguetti, K. S. e Rego, R. (2011b) “Urban fringe belts in planned new towns: the case of Maringá, Brazil”, Proceedings of 18º International Seminar on Urban Form, ISUF, 2011, Montreal, Canadá.
Safe, M. S. S. e Pereira Costa, S. A. (2016) “Fringe belt analysis: a method for confirming the establishment of the historical boundaries of Rabat”, Acta Universitatis Lodziensis. Folia Geographica Socio-economica 25.
Samuels. I. (2008) “Typomorphology and urban design practice”, Urban Morphology 12(1), 58-62.
Simão, K. M. (2012) “Fringe Belts como elementos estruturadores da ecologia da paisagem: o caso de Belo Horizonte/MG”, Dissertação de mestrado não publicada, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.
Simão, K. M. e Pereira Costa, S. A. (2015) “O papel da legislação na transformação das faixas de hiato urbano no perímetro da avenida do Contorno/Belo Horizonte/MG”, Anais do 16º Encontro Nacional da Anpur, ENANPUR, 18-22 maio, 2015, Belo Horizonte, Brasil (UFMG-ANPUR, Belo Horizonte).
Pereira Costa, S. A, Simão, K. M. A study of fringe belts in Belo Horizonte, Brazil: a contribution to developments in urban morphology. 2018. Em Strappa, G. (2018). Observations on urban growth, Roma.
Spolaor, S. e Oliveira, V. (2022) “Towards a progressive understanding of informal settlements: the contribution of the fringe-belt concept”, Urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana 14, https://doi.org/10.1590/2175
Taveira V. S., Vasconcelos, E, M., Pereira Costa, S. A. e Salgado, M. (2022) “O fragmento de um fringe belt externo no limite dos municípios de Belo Horizonte e Nova Lima em Minas Gerais – Brasil”, Anais da Rede Lusófona de Morfologia Urbana: desafios às formas urbanas do século XXI, PNUM, 29 novembro a 01 dezembro 2022, Rio de Janeiro, Brasil (UFRJ, Rio de Janeiro).
Vilagrasa, J. (1990) “The fringe-belt concept in a Spanish context: the case of Lleida”, em Slater, T. R. (ed.) The built form of Western cities (Leicester University Press, Leicester) 300-18.
Whitehand, J. W. R. (1967) “Fringe belts: a neglected aspect of urban geography”, Transactions of the Institute of British Geographers41, 223-33.
Whitehand, J. W. R. (1972) “Building cycles and the spatial pattern of urban growth”, Transactions of the Institute of British Geographers56, 39-55.
Whitehand, J. W. R. (1974) “The changing nature of the urban fringe: a time perspective”, em Johnson, J. H. (ed.) Suburb an growth: geographical processes at the edge of the Western city (Wiley, London) 31-52.
Whitehand, J. W. R. (1987) The changing face of cities: a study of development cycles and urban form Institute of British Geographers Special Publication 21(Blackwell, Oxford) 76-94.
Whitehand, J. W. R. (1988) “Urban fringe belts: development of an idea”, Planning Perspectives 3, 47-58.
Whitehand, J. W. R. (1994) “Development cycles and urban landscapes”, Geography79, 3-17.
Whitehand, J. W. R. (1996) “Making sense of Birmingham' s townscapes”, em Gerrard, A. J. e Slater, T. R. (eds.) Managing a conurbation: Birmingham and its region (Brewin Books, Shdley) 226-40.
Whitehand, J. W. R. (2005) “Urban morphology, urban landscape management and fringe belts”, Urban Design 93, 19-21.
Whitehand, J. W. R. e Morton, N. J. (2003) “Fringe belts and three cycling of urban land: an academic concept and planning practice”, Environment and Planning B: Planning and Design 30, 819-39.
Whitehand, J. W. R. e Morton, N. J. (2004) “Urban morphology and planning: the case off ringe belts”, Cities21, 275-89.
Whitehand, J. W. R. e Morton, N. J. (2006) “The fringe-belt phenomenon and socioeconomic change”', UrbanStudies43, 2047-66.
Whitehand, J. W. R., Morton, N. J. e Hopkins, M. I. W. (2003) “Fringe belts and city planning: reality and potential”, em Petruccioli, A., Stella, M. e Strappa, G. (eds.) The planned city? ISUF International Conference v. 2 (Uniongrafica Corcelli, Bari) 742-48.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Staël de Alvarenga Pereira Costa, Maria Cristina Villefort Teixeira, Maria Manoela Gimmler Netto, Prof. Dra. , Doutoranda